Possivelmente será o saco mais usado pelos pescadores de spinning,
possivelmente será onde cada pescador guarda as suas mais preciosas relíquias,
segredos o porque não os sonhos, porque por detrás de cada amostra se encontra
a esperança do robalo record que todos procuram. Falo-vos do Lure case da
Shimano.
Até a data é o saco mais versátil e prático que encontrei no
mercado, não é um saco perfeito mas com uns pequenos ajustes quase que fica. O meu
primeiro saco foi adquirido a 3 anos e mesmo com os meus habituais maus tratos
ainda durou bastante tempo, muitas costuras e remendos foram feitos para o
tentar tornar eterno, mas a dada altura apercebi-me que estava na altura do
trocar por um novo. Mas antes da sua última viagem ainda pousou para umas
fotos, onde se nota os fechos colados com o salitre, presilha traseira
remendada vezes sem conta e alvéolos interiores manchados de ferrugem.
Ao longo deste tempo e em conversas com outros pescadores fui
acumulando uma série de dicas que hoje em dia as considero importantes e decidi
aproveitar as fotos do novo saco para falar delas.
Existem 3 coisas que eu considero obrigatórias de fazer
assim que se compra o saco.
1- Tapar todos os buracos existentes no fundo dos alvéolos.
Logo na primeira utilização apercebemo-nos que com muita
rapidez as fateixas tendem a se enganchar nos buracos do fundo dos alvéolos e
que durante a pesca acabamos por perder imenso tempo a desmontar para
desenganchar as fateixas
As divisórias amovíveis serão quanto a mim a coisa mais
fácil de remediar um simples rolo de fita-cola resolve rapidamente o problema,
inicialmente resolvia este problema cortando uns bocadinhos de placas finas e
colando-os, mas de volta e meia uma fateixa acabava por enganchar nessa placa,
há muito tempo que resolvo este problema com um simples rolo de fita-cola.
Os furos dos alvéolos mais pequenos terão de ser mesmo
tapados com bocadinhos de placas, ainda não descobri melhor opção, no meu caso
utilizei umas folhas tipo acetado pretas que foram coladas com fita dupla face.
Os bocadinhos de placa foram inicialmente cortados em rectângulos
com 3,8x2,4cm e posteriormente arredondei os cantos com ajuda de uma tesoura.
2- Tapar todas as zonas em tecido onde as fateixas se podem
espetar.
A mais pequena distracção que se tenha ao tirar amostras do
saco ficamos logo com ela presa nos fechos e tecidos envolventes, até porque
todos os remates do fecho estão viradas para dentro, e quando isto acontece
garanto que é um problema, por vezes demorado de resolver.
A Solução até que é simples, no meu caso arranjei uma folha
de acetato e cortei-a com 62x13,5cm e simplesmente a meti dentro do saco a
tapar todos os fechos e zonas problemáticas. Não se preocupem se o plástico ultrapassa
a altura do primeiro fecho que o saco abre e fecha perfeitamente.
3 – Reforçar a presilha traseira
Este é sem dúvidas o maior problema de resolver e o mais
complicado, porque o simples rodar o saco de trás para a frente vezes sem
conta, faz com que o próprio cinto corte todas as costuras e até mesmo o próprio
tecido.
Ultimamente tenho usado uma solução que me tem agradado
muito, corto um bocado de lona conforme o desenho em baixo, dobro-o ao meio e o
meto dentro da presilha de forma a tapar os 2 lados do cinto.
Assim o cinto
fica a correr dentro desta segunda presilha. Depois disso meto fita dupla face
nas 2 “orelhas" que ficam de fora e colo-as ao saco. Ao cola-lo com fica dupla
face facilita-me posteriormente a substituição da lona sempre que necessário. De
notar que a lona está mais larga do que a própria presilha, para eu ir
visualizando quando é que está a rasgar para a substituir.
Sei que estas soluções podiam já vir assim de fábrica e
acredito a shimano podia resolver estes pequenos problemas, bastando parra isso
simplesmente a boa vontade de resolver, mas enquanto isso não acontece temos
que ir metendo mãos a obra.
O processo total de “quitar” o saco demora de 20 a 60
minutos, dependendo do jeito de cada um, mas garanto que vale mesmo a pena.
Agora que já temos o saco pronto para a guerra existem ainda
uma série de dicas que aproveito para dar.
Uso de elásticos nas amostras.
São muitos os benefícios desta prática, a começar pela facilidade
que temos em manusear as amostras, minimizando descuidos de espetar as fateixas
em sítios inapropriados, o que acontece com mais facilidade quando estão com as
fateixas soltas. Também conseguimos meter com mais facilidade mais do que uma amostra
dentro de cada alvéolo. Com os elásticos as últimas fateixas não enferrujam com tanta facilidade.
Esta fateixa tem tendência a enferrujar mais do que as outras porque
ficam sempre encostadas ao fundo do alvéolo apanhando mais água e enferrujando
mais rapidamente. Muitos pescadores também utilizam a técnica de meter as
amostras de cabeça para baixo para evitar este problema, mas
eu pessoalmente gosto de ver a amostras olho no olho.
Pendurar as amostras mais pequenas.
As amostras abaixo de 13cm acabam por ficar caídas no fundo
dos alvéolos, tornando por vezes complicado o processo de ir buscar uma
amostra, sei que as divisórias amovíveis foram desenhadas para facilitar-nos
estas acções, mas penduras a amostras pela primeira fateixa é para mim o processo mais rápido e fácil.
Tenho assinalado na foto abaixo com o nº 1 uma amostra caída dentro de um alvéolo
e nos números 2 e 3 um exemplo das amostras penduradas nos alvéolos.
Esta dica também funciona muito bem com os vinis que ficam
com o “rabo” no ar facilitando a procura deles dentro do saco.
Deitar as amostras de 17cm
Muitos pescadores ainda dizem que não cabem as amostras de
17cm dentro destes sacos e apesar de eu ter outra solução para elas, fica a
dica que elas cabem perfeitamente deitadas em cima das outras amostras, ficamos
é limitados a transportar 2 ou 3 amostras de 17cm
Para finalizar queria também deixar a dica de limparem a
ferrugem dos alvéolos brancos com limão e passem sempre os fechos por água
doce, se possível lubrifiquem-nos pelo menos 1 vez por mês.
Com estas dicas todas quase que podemos imortalizar o nosso
saco mas acima de tudo podemos desfrutar mais da pesca minimizando o tempo
perdido em situações desnecessárias.
1 abraço
zé